Criada em 1896

Endereço

R. Batista Silva – Ribeirão do Mafra
Brusque – SC

Horários das Celebrações

• 1º e 3º domingo às 07 horas (Missa)
• 2º e 4º domingo às 07 horas (Celebração da Palavra)

História

Origem da Comunidade Ribeirão do Mafra

Devido à já ocupação das terras mais planas (margens do rio Itajaí Mirim) pelos alemães, que haviam chagado a Brusque em 1960, os italianos se viram obrigados a explorar as áreas mais acidentadas, ou seja, os morros da região. Exatamente por isso, que as primeiras famílias da comunidade Ribeirão do Mafra moravam no salto.

A comunidade de Ribeirão do Mafra foi fundada por famílias italianas, entre os anos de 1876 a 1880, quando alguns navios ancoraram no porto do Desterro, trazendo italianos de Marselha, Sardenha, Trento, entre outras. Essas famílias eram: Sapelli, Bom Senhor, Sofiate, Selvi (que mudou para Silva), Russi, Testoni, Grinhani, Dada, entre outras.

O nome Ribeirão do Mafra foi dado a este local devido ao fato de que, próximo à entrada desta comunidade e da comunidade São Pedro, ou seja, no cruzamento, havia uma serraria de propriedade do senhor João Mafra, por isso, Mafra. Ribeirão por sua vez, foi dado justamente devido ao fato de que um ribeirão corta toda a comunidade.

Fundação da Primeira Capela

Com relação à fundação da capela, temos registros nos arquivos da Arquidiocese de Florianópolis, que relatam que esta foi fundada por padres franciscanos no ano de 1896, sendo portanto, a segunda capela mais antiga de Brusque, ficando atrás apenas da capela do Barracão. Esses arquivos, além disso, afirmam que a capela foi fundada tendo como padroeira Nossa Senhora da Conceição, e não São João Batista como se acreditava. Não se sabe, porém, se a imagem de Nossa Senhora da Conceição que está hoje na capela é a mesma que foi trazida pelos padres franciscanos, embora tudo leva a crer que não é a mesma.

Consta também nos arquivos, que as missas, antes da construção da capela, eram celebradas numa casa de família, de propriedade do senhor João Silva, sendo que, está uma casa velhinha que por fim, caiu em ruínas.

No dia 22 de Dezembro de 1903, foi encaminhado pelo padre Antônio Einsing, que na época era pároco da paróquia São Luiz Gonzaga à qual a comunidade pertencia, um pedido de licença ao então bispo, D. José, para a construção de uma capela de madeira na comunidade do Ribeirão do Mafra por estes motivos:

1o) O dito lugar está a 16 Km de distância de Brusque, e a 12 Km da mais perto capela, de Cedro Grande.

2o) O dito lugar tem 50 famílias, brasileiras e italianas, que crescem sem qualquer educação religiosa, fora a que recebem em casa. Estes não vêm para a igreja, senão para ocasião de um batismo.

3o) A povoação do dito lugar mostrou muito boa vontade por ocasião de uma pequena santa missão que p Ver. Pe. José Lundrup deu ao mesmo lugar, rezando a santa missa numa casa particular.

4o) Faz anos que os padres franciscanos visitaram aquele lugar, fazendo a função de igreja uma casa velhinha que caiu em ruínas.

Recebida a provisão do então bispo D. José, iniciou-se então a construção da primeira capela da comunidade do Ribeirão do Mafra, sendo que, está demorou dois anos para ficar pronta.

Um arquivo, datado de 14 de Julho de 1905 e escrito pelo Padre João Stolte pertencente à ordem do Sagrado Coração de Jesus, atesta, entre outras coisas, o término da construção da capela e pede a licença ao bispo para que se possa celebrar a santa missa. Assim transcorre o pedido:

“Tendo acabado a construção da nova capela de Ribeirão do Mafra nesta freguesia, principiada com licença do Rev. Exc. Senhor Bispo D. José como consta da provisão concedida ao Rev. Pe. Antônio Einsing, em Dezembro de 1903, e acabando-se a dita capela, peço que possamos dignamente celebrar as santas missas. Peço a Vs. Exc. Que conceda licença para que seja feita a celebração do Santo Sacrifício e dos cultos públicos, assim como se faz também nas outras capelas de nossa freguesia.”

Foi juntamente com a inauguração da nova capela (de madeira), que se instituiu também o novo padroeiro, São João Batista, pois, a partir desta data há nos arquivos, menções a este santo como padroeiro da referida comunidade, sendo que, antes disso, constava apenas comunidade do Ribeirão do Mafra, ou de Nossa Senhora da Conceição.

Ao que tudo indica, essa capela de madeira ficava onde hoje é o estacionamento dos fundos, ou seja, em cima daquele morrinho que fica na parte de trás do cemitério. Desta capela, porém, poucas pessoas da comunidade têm alguma lembrança, e as poucas lembranças não nos possibilitam descrevê-la.

Ainda nestes arquivos da Arquidiocese, consta que em 1910 havia cerca de 120 pessoas morando na comunidade do Ribeirão do Mafra, sendo estas todas italianas. Nesse ano foram feitas nesta comunidade quatro visitas paroquiais, ou seja, ocorreram quatro missas. Ainda consta que havia 26 alunos de catecismo e houve três primeira comunhão neste ano.

Construção da Nova Capela (de material)

Com o passar do tempo e aumento do número de pessoas na comunidade, surgiu a necessidade da construção de uma capela maior que atendesse às necessidades da comunidade. Iniciou-se então a construção de uma nova capela, mas agora de material. Quanto início da construção, não se tem uma data precisa, mas provavelmente tenha sido um ano antes de sua inauguração, ou seja, em 1920.

Essa capela foi construída no mesmo lugar em que se encontra a atual, ou seja, ao lado do cemitério, porém, era bem menor e tinha um formato um pouco diferente. Este é o desenho que a capela possuía:

  1. A parede de trás do altar era redonda e tinha desenhos de cachos de uva.
  2. A sacristia tinha uma cama, que era onde o padre dormia, e um guarda roupa.
  3. O teto era de barro.
  4. Havia hastes entre o altar e a parede que possuíam suportes para doze velas, sendo que, estas eram acesas apenas nos dias de missa.
  5. Como era característico da época, havia uma espécie de cerquinha de madeira entre o altar e o povo, sendo que, na hora da celebração somente o padre e algumas vezes as crianças ficam para o lado do altar.
  6. O confessionário ficava atrás do altar.
  7. O sino ficava no lado direito (de quem olhava para a frente da capela) e tinha como suporte dois cernes de canela de quatro metros cada. O sino ficava na ponta e tinha uma cobertura que o cobria.
  8. Um pouco à frente do sino havia uma cruz, colocada por missionários capuchinhos, onde estava escrito na horizontal “Salva tua alma” e na vertical “Santas Missões”.

Essa capela, de 1921, permaneceu até o ano 1969 quando foi desmanchada por membros da comunidade para que fosse construída outra capela um pouco maior, pois, havia aumentado o número de pessoas na comunidade

Construção da Capela ao Lado do Salão

No dia 02 de Janeiro de 1970, iniciou-se então a construção da nova capela, ou seja, a que está até hoje, sendo que a diretoria permaneceu a mesma que tinha desmanchado a outra capela. O projeto era para uma igreja que atendesse a necessidade da comunidade durante trinta anos.

O material para a construção da capela foi conseguido com ajuda e empenho da comunidade. A madeira para fazer as linhas, os caibros, o forro e tudo mais, foi a diretoria que cortou. Tudo o que pôde ser aproveitado da capela anterior foi aproveitado, o altar, por exemplo, foi cortado um pedaço, pois era muito grande e usado o mesmo de antes. Até na altura das janelas foi construído com os tijolos da igreja anterior e os quadros da via-sacra que hoje temos são os mesmo da igreja anterior.

A construção da capela durou cinco meses e meio, sendo que a nova capela foi inaugurada na festa de São João Batista no mês de Junho. Nesse dia houve um leilão para se ascender a fogueira, sendo que, quem arrematou o leilão e ascendeu a fogueira foi João Mafra.

A energia elétrica chegou à comunidade no ano de 1979, sendo trazida pelo Alexandre Merico. Quem instalou a fiação na igreja para que fosse ligada a energia foi o senhor Orlando Silva.

Construção da Capela Atual

Por volta do ano de 2004 percebeu-se que a igreja já não poderia comportar por muito tempo o número de pessoas que frequentavam a comunidade e, além disso, era necessária uma reforma geral na mesma. Foi então que as lideranças da comunidade começaram a discutir se seria viável reformar a igreja atual ou construir uma nova. Diante desse impasse a primeira iniciativa tomada foi a de ir guardando dinheiro para posteriormente aplicá-lo da melhor forma para solucionar essa dificuldade.

Iniciou-se então um processo de ouvir opiniões, colher sugestões e analisar possibilidades na busca de se chegar a um consenso sobre o que fazer a respeito da igreja.  Duas opiniões predominaram entre as discussões: a primeira era a de construir uma nova igreja em frente ao salão, onde ficava o estacionamento; a segunda era a de reformar a antiga e ampliá-la para trás e para os lados construindo salas de catequese na parte de baixo. Conversou-se principalmente com as pessoas mais velhas da comunidade, pois estas já tinham participado na construção da antiga capela e por isso tinham experiência no assunto. Todos puderam dar sua opinião, mas, como funciona numa democracia não seria possível atender a todos, venceria a maioria.

Entre Novembro e Dezembro de 2005, como consta na ata de reuniões de CPC, optou-se enfim por construir uma nova igreja embora ainda não com local totalmente definido. Em Janeiro de 2006 alguns esboços da planta começaram a ser elaborados para que o CPC tivesse uma ideia de como a igreja seria. Em outubro de 2006 já se havia decidido enfim por construí-la no estacionamento em frente ao salão, mas como o terreno não era todo da igreja foi comprado mais um pedaço necessário para que a construção fosse realizada.

O passo seguinte foi preparar a celebração de lançamento da pedra fundamental, marcada então para dia 24 de junho de 2007, data da festa da comunidade e, por coincidência, dia do santo padroeiro, São João Batista.

A celebração de lançamento da pedra fundamental da nova igreja foi um dos momentos mais importantes da comunidade. A missa foi presidida por Dom Murilo Krieger, então arcebispo de nossa arquidiocese, e contou com a presença de padres, diácono, comunidades vizinhas e todas as pessoas da comunidade. Ela foi o marco que simbolizou a concretização de um sonho que se tornava realidade, pois agora, oficialmente, se dava início à construção da nova capela.

As obras começaram dia 09 de janeiro de 2008, mas o trabalho propriamente dito já havia iniciado há muito tempo, pois desde longa data a comunidade já vinha juntando dinheiro, fazendo promoções, economizando o máximo possível para que esse momento pudesse acontecer. Todas as pessoas se dedicaram para que nosso sonho pudesse se tornar realidade, vendendo rifas, doando seu trabalho nas festas, motivando os dizimistas, fazendo cucas para vender, organizando eventos como o pirão com viola, e muitas outras iniciativas que vieram a somar para alcançarmos nosso objetivo.

A cada tijolo colocado, a cada centímetro construído, mais uma vez ali estava o esforço de toda a comunidade que, não bastasse ajudar economicamente, também se doou voluntariamente na construção, trabalhando como servente de pedreiro, carregando o carrinho de mão cheio de massa, jogando uma pazada de terra aqui, colocando um prego ali, desde crianças a pessoas idosas, todos contribuindo para que o objetivo fosse alcançado.

Etapa a etapa a obra foi criando corpo, foi tomando forma, e todos já começavam a imaginar como a igreja seria, onde ficaria o altar, a cadeira do padre, o grupo de canto, os bancos, as luzes. Foi um processo longo e cansativo, que exigiu muito empenho da comunidade e, de modo especial, daqueles que estavam na coordenação, mas com a força de Deus e a intercessão de São João Batista fomos vencendo cada obstáculo que surgia, com união e fé.

Graças a ajuda de todos e as bênçãos de Deus, hoje aqui estamos finalmente inaugurando nosso capela e vendo nosso sonho se tornar realidade. Ainda há muitas coisas para se fazer, mas não há o que temer, pois se a comunidade unida conseguiu construir tudo isso, o que vier daqui para a frente vai ser encarado com serenidade.

Diante de tudo isso, nos resta agradecer de coração a todos que nos ajudaram, seja com dinheiro, com seu trabalho, com suas orações, doando seu tempo, contribuindo de alguma forma. Agradecemos às pessoas que estavam na coordenação, que trabalharam durante tanto tempo sem nada cobrar da comunidade, às pessoas que compraram rifa, que participaram das festas, das promoções. Aos patrocinadores, que tão generosamente doaram quantias significativas à comunidade. A todos aqueles que forneceram produtos para a obra e deram aquele “descontinho” como colaboração.

De maneira especial, agradecer a todas as pessoas da comunidade, pois nós fomos os protagonistas de nossa própria história: tínhamos um sonho, unimos nossas forças, traçamos objetivos para realizá-lo, lutamos bravamente, superamos cada obstáculo que apareceu com coragem e determinação e conseguimos realizá-lo não por nosso mérito, mas sim de Deus, que a todo momento estava ao nosso lado para nos indicar o melhor caminho, para nos apoiar nos momentos de dificuldade, para nos motivar nos momentos de desânimo, para festejar conosco nas nossas vitórias. Foi por Ele e para Ele que fizemos tudo isso, não para recebermos honrarias e elogios, mas sim para que todos que aqui vieram encontrem um local acolhedor e propício para oração, onde possam sentir a presença do Deus da vida que agora neste templo faz sua morada.

Que Deus abençoe a todos, que São João Batista interceda por cada um de nós e que Maria, mãe de Jesus, possa motivar todas as famílias a participarem assiduamente da comunidade, pois um templo tão grande e bonito como esse só terá seu verdadeiro sentido se for, ao mesmo tempo, casa de Deus e casa das famílias.

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