Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia fundamentando-se no livro do Deuteronômio

O mês de setembro tornou-se referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus, tornando-se em todo o Brasil, desde 1971, o Mês da Bíblia. Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo papa João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais.

Este ano, 2020, a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia, em sintonia com a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundamentando-se no livro do Deuteronômio, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). É um livro rico em reflexões morais e éticas, com leis para regular as relações com Deus e com o próximo. Destaca-se no Deuteronômio a preocupação de promover a justiça, a solidariedade com os pobres, o órfão, a viúva e o estrangeiro. São leis humanitárias encontradas também no Código da Aliança (Ex 20-23).

E o Texto-Base para o Mês da Bíblia deste ano, segundo o arcebispo de Curitiba, dom José Antônio Peruzzo, quer oferecer ao leitor atual a experiência de fé daqueles que primeiramente acederam ao que Deus queria revelar de si mesmo. “Seus autores querem aproximar os leitores de hoje dos protagonistas de ontem. É como se os de outrora e os de agora se reunissem para conversar sobre aquele Deus que se revelou, que se deixou conhecer”, afirma o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O papa Francisco, orientando a Igreja para o caminho da santidade, afirma: “Sobre a essência da santidade, pode haver muitas teorias, abundantes explicações e distinções […], mas não há nada de mais esclarecedor do que voltar ás palavras de Jesus e recolher o seu modo de transmitir a verdade” (GE 63; destaque nosso). E o papa faz esse caminho com as bem-aventuranças, presentes no Evangelho de Mateus 5,3-12 (cf. GE 67-94).

Não há palavra mais eficaz, mais fecunda, mais iluminadora, mais libertadora do que a Palavra de Deus. Jesus á a Palavra que se fez carne (cf. Jo 1,14). O povo de Deus, desde o início da sua caminhada, foi orientado pela Palavra de Deus. O apóstolo Tiago nos pede: “recebei com mansidão a Palavra que em vós foi implantada e que é capaz de salvar-vos. Todavia, sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1,21-22).