Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021

Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021

Com início na Quarta-feira de Cinzas, 17 de fevereiro, a Campanha da Fraternidade de 2021 será a 5º Campanha a ser trabalhada na Dimensão Ecumênica. Com sua abertura na entrada do Tempo Quaresmal e sua Coleta marcada para o Domingo de Ramos, 28 de março, os cristãos de todas as denominações são chamados em 2021 a viver e promover a dimensão do Diálogo, como método de se derrubar as barreiras da divisão, fortalecendo a unidade.

TEMA: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor
LEMA:  “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef. 2.14).

OBJETIVO GERAL DA CFE 2021

Através do diálogo amoroso e do testemunho da unidade na diversidade, inspirados e inspiradas no amor de Cristo, convidar comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

– Denunciar as violências contra pessoas, povos e a Criação, em especial, as que usam o nome de Jesus;
– Encorajar a justiça para a restauração da dignidade das pessoas, para a superação de conflitos e para alcançar a reconciliação social;
– Animar o engajamento em ações concretas de amor à pessoa próxima;
– Promover a conversão para a cultura do amor em lugar da cultura do ódio;
– Fortalecer e celebrar a convivência ecumênica e inter-religiosa.

Três indicações são muito importantes para a boa vivência do espírito da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2021. Foi o que apontou o Padre Valdir Bernardo Prim.

“Se nós celebramos com esse espírito a Campanha da Fraternidade, fortalecendo as bases, buscando dar um testemunho ecumênico e cuidando dos mais pobres, com certeza nós vamos colher muitíssimos frutos em mais uma edição da Campanha da Fraternidade”, garantiu.

Fortalecer as bases

“A Campanha da Fraternidade deve começar nas nossas bases”, destacou padre Valdir Bernardo Prim. Recordando sua experiência na articulação de algumas das últimas edições da CF, ressaltou que a campanha acontece “no chão das pessoas, na vida das pessoas”.

Diante do atual cenário, num período complexo como este de pandemia, “as comunidades eclesiais, de maneira ecumênica, são chamadas in loco a viverem essa experiência da Campanha da Fraternidade. De fato, fazer uma redescoberta de Cristo como nossa paz”.

A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 tem como tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef. 2.14).

Assim, a primeira indicação do padre padre Valdir Bernardo Prim para viver bem o espírito da CFE 2021 é fortalecer bem as bases locais. “Ali que a Campanha da Fraternidade de fato acontece, ali que as pessoas se sensibilizam com a temática da Campanha e, a seu modo, de maneira simples, com pequenos gestos, procuram viver a campanha no seu local onde estão”, explicou.

Redescobrir a dimensão ecumênica da Igreja

A segunda indicação está relacionada ao ecumenismo, considerado um grande fruto do Concílio Vaticano II. Há pouco mais de 50 anos, as reflexões fizeram com que a Igreja se abrisse para o diálogo, “para um processo de sinodalidade, de caminhar juntos, de percebermos que cristãos, apesar de termos configurações doutrinais diferentes, mas professamos a fé no mesmo Cristo crucificado e ressuscitado”.

Padre Valdir Bernardo Prim ressalta que é necessário fortalecer essa cultura do ecumenismo neste contexto social de forte polarização. “Parece que as pessoas não têm mais uma capacidade de pensar projetos comuns, é sempre necessário polarizar. ‘Eu creio nisso, então rejeito totalmente aquilo’; ‘Eu apoio essa ideia ou essa ideologia política, e rejeito totalmente aquela outra’”, exemplifica.

“Essa polarização não ajuda a sociedade como um todo a caminhar, desenvolver projetos que sejam favoráveis para a maioria das pessoas. O ecumenismo é uma ferramenta, um instrumento que combate todo tipo de polarização, e aqui não se trata de um relativismo da verdade, mas se trata de uma dimensão de acolhida e de respeito. Acolhemos quem pensa diferente de nós, respeitamos quem pensa diferente de nós”, salientou.

O Papa João XXIII já ensinara a importância de priorizar aqueles elementos que nos unem, e não aqueles que nos separam. “É um belo testemunho a Campanha da Fraternidade Ecumênica para as nossas comunidades eclesiais e para um Brasil polarizado que é possível caminhar juntos, que o caminho da comunhão, da sinodalidade, da unidade é um sonho de Jesus, Ele pede isso na sua oração sacerdotal, ‘Pai, que todos sejam um’, e hoje cada um, a seu modo, dá a sua contribuição para esse projeto de unidade na Igreja”, motivou.

Cuidado dos mais pobres

A Campanha da Fraternidade tem em sua origem a busca de um instrumento do Evangelho para alcançar as pessoas mais pobres, uma iniciativa cuja raiz é “olhar para aqueles irmãos e irmãs nossos que são mais vulneráveis na sociedade, que são frutos de uma cultura de descarte, de uma sociedade neoliberal, consumista”.

Diante dessa realidade, “como colaboradores, difusores, irmãos e irmãs que sonhamos juntos a Campanha da Fraternidade, nunca podemos esquecer-nos dos mais pobres”, enfatizou padre Valdir Bernardo Prim.

A ideia de uma Igreja pobre para os pobres, uma Igreja em saída, nesse sentido, não é só uma prerrogativa da Igreja Católica, “é uma prerrogativa de todas as comunidades cristãs cuidarmos dos mais pobres, sermos comunidade eclesial em saída que vai ao encontro de quem mais precisa”.